Ideal
de creche
As creches são instituições
destinadas ao apoio pedagógico para
crianças de zero a três anos de idade.
A instituição deve ter uma ação pedagógica voltada aos interesses
e necessidades das crianças. Capacitar a criança, para que tenha acesso ao
conhecimento, habilidade, para viver em uma sociedade desigual e competitiva
como a nossa.
Deve ser um lugar onde a criança possa desenvolver operações
mentais, expandir a sensibilidade e criatividade, desenvolver habilidades
psicomotoras, ampliar o vocabulário e o relacionamento social. A brincadeira ajuda
tanto na sua constituição psíquica como no seu processo de desenvolvimento, de
aprendizagem e de socialização, segundo a Associação Brasileira de
psicopedagogia (2012).
É importante verificar se a creche possui um numero satisfatório
de crianças por funcionário. Se a equipe se dedica a interagir e conversar com
cada criança em particular.
Também é interessante, os
responsáveis fazerem visitas surpresas na instituição para se certificarem que
a proposta de conduta pedagógica esteja sendo praticada.
De acordo com os dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (2012), do ano 2000 até o ano de 2012 o
aumento de matriculas em creche cresceu 150%. Em 2010 23,6% das crianças (mais
de dois milhões) até três anos de idade estavam matriculadas. Estes dados
coincidem com o aumento das mulheres no mercado de trabalho, que também
aumentou significativamente na ultima década.
O Instituto Patrícia Galvão (2012) realizou
entre janeiro e fevereiro de 2012 uma pesquisa sobre como a população
brasileira entende a importância e a qualidade das creches. Na região sudeste 57%
dos entrevistados acreditam que a responsabilidade pelo cuidado das crianças é
dos órgãos públicos. Nas regiões sul 69% considera a responsabilidade das
famílias.
O Brasil necessita aumentar o numero
de creches urgentemente, para acompanhar todo esse crescimento, porém é
importante que além do aumento das vagas, seja prezada a qualidade das
instituições.
A creche ideal é aquela onde o
funcionário esteja preparado para manter um relacionamento de atenção com a
criança e que a estimule adequadamente.
Uma das tarefas mais importantes do psicopedagogo
que atua em creche é com a formação dos educadores de creches, investigando e
analisando para colocar em pratica novas propostas que os habilite a
estabelecer relações mais maduras e conscientes com as crianças e com a equipe
escolar.
Segundo a Associação brasileira de psicopedagogia (2012), na
educação infantil a psicopedagogia contribui com a prevenção de futuros
problemas de aprendizagem. Oferecendo parâmetros do desenvolvimento infantil e
do processo de organização psíquica. Apontando direções para o planejamento de
atividades a serem realizadas com as crianças, assim como sinalizar eventuais
dificuldades que as crianças dessa faixa etária podem apresentar.
Há 10 princípios que a creche deve se
orientar:
Princípio 1 –
envolver as crianças nas coisas que lhes dizem respeito. A criança e o
adulto devem estar totalmente presentes e envolvidos numa mesma tarefa.
Princípio 2 – Investir
em tempos de qualidade procurando-se estar completamente disponível para
as crianças. O tempo de qualidade constrói-se numa rotina diária. O educador deve
estar totalmente presente, atento ao que esta acontecendo e valorizando o tempo
que está junto da criança.
Princípio 3 –
aprender a não subestimar as formas de comunicação únicas de cada criança
e ensinar-lhe as suas. Durante a interação, o educador deve articular
atos com palavras.
Princípio 4 –
Investir tempo e energia para construir uma pessoa completa. Deve-se trabalhar
simultaneamente o desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo. São o cotidiano,
as relações, as experiências, as trocas de fraldas, as refeições, o treino do controle
dos esfíncteres, os jogos que contribuem
para o desenvolvimento intelectual. Estas mesmas experiências ajudam a criança
a crescer física, social e emocionalmente.
Princípio 5 –
Respeitar as crianças enquanto pessoas de valor e ajudá-las a reconhecer e
a lidar com os seus sentimentos. O educador deve respeitar a criança,
respeitando seus sentimentos criança e o direito de ela os expressar. Deve
dar apoio sem exagerar e estar disponível.
Princípio 6 -
Ser verdadeiro nos nossos sentimentos relativamente às crianças. O educador
deve verbalizar os seus sentimentos e ligá-los claramente com a situação e
impedir a criança de continuar a fazer o que provocou esses
sentimentos.
Princípio 7 –
Modelar os comportamentos que se pretende ensinar. O educador deve
funcionar como modelo de comportamentos aceitável tanto para crianças como
para adultos dando exemplos de cooperação, respeito, autenticidade e
comunicação. Quando a situação envolve agressividade, o educador deve modelar
com gentileza o comportamento que pretende ensinar: o agressor necessita de ser
controlado com gentileza – não se deve julgar. A vítima necessita de ser
tratada com empatia (compreender a sua perturbação) – simpatia e grande
quantidade de atenção podem recompensar as vítimas.
Princípio 8 –
Reconhecer os problemas como oportunidades de aprendizagem e deixar as
crianças tentarem resolver as suas próprias dificuldades. O educador deve
deixar os bebês e as crianças lidarem com os seus problemas na medida das suas
possibilidades – deve dar tempo e liberdade para resolver problemas.
Principio 9 –
Construir segurança ensinando a confiança. Para que a criança aprenda
a confiar, deverá contar com adultos confiáveis. Necessita saber que
as suas necessidades serão satisfeitas dentro de um período de tempo razoável.
Princípio 10 –
Procurar promover a qualidade do desenvolvimento em cada fase etária, mas não
apressar a criança para atingir níveis que não esteja preparada. O
desenvolvimento não pode ser apressado. Cada criança tem um relógio
interno que determina o momento de gatinhar, sentar, andar, falar. É mais
importante aperfeiçoar competências do que desenvolver novas competências. As
novas competências surgirão naturalmente quando a criança já praticou
suficientemente as antigas