quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Creche ideal?


Ideal de creche


            As creches são instituições destinadas ao apoio pedagógico para  crianças de zero a três anos de idade.

A instituição deve ter uma ação pedagógica voltada aos interesses e necessidades das crianças. Capacitar a criança, para que tenha acesso ao conhecimento, habilidade, para viver em uma sociedade desigual e competitiva como a nossa.

Deve ser um lugar onde a criança possa desenvolver operações mentais, expandir a sensibilidade e criatividade, desenvolver habilidades psicomotoras, ampliar o vocabulário e o relacionamento social. A brincadeira ajuda tanto na sua constituição psíquica como no seu processo de desenvolvimento, de aprendizagem e de socialização, segundo a Associação Brasileira de psicopedagogia (2012).

É importante verificar se a creche possui um numero satisfatório de crianças por funcionário. Se a equipe se dedica a interagir e conversar com cada criança em particular.

            Também é interessante, os responsáveis fazerem visitas surpresas na instituição para se certificarem que a proposta de conduta pedagógica esteja sendo praticada.

            De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2012), do ano 2000 até o ano de 2012 o aumento de matriculas em creche cresceu 150%. Em 2010 23,6% das crianças (mais de dois milhões) até três anos de idade estavam matriculadas. Estes dados coincidem com o aumento das mulheres no mercado de trabalho, que também aumentou significativamente na ultima década.

            O Instituto Patrícia Galvão (2012) realizou entre janeiro e fevereiro de 2012 uma pesquisa sobre como a população brasileira entende a importância e a qualidade das creches. Na região sudeste 57% dos entrevistados acreditam que a responsabilidade pelo cuidado das crianças é dos órgãos públicos. Nas regiões sul 69% considera a responsabilidade das famílias.

            O Brasil necessita aumentar o numero de creches urgentemente, para acompanhar todo esse crescimento, porém é importante que além do aumento das vagas, seja prezada a qualidade das instituições.

            A creche ideal é aquela onde o funcionário esteja preparado para manter um relacionamento de atenção com a criança e que a estimule adequadamente.

Uma das tarefas mais importantes do psicopedagogo que atua em creche é com a formação dos educadores de creches, investigando e analisando para colocar em pratica novas propostas que os habilite a estabelecer relações mais maduras e conscientes com as crianças e com a equipe escolar.

Segundo a Associação brasileira de psicopedagogia (2012), na educação infantil a psicopedagogia contribui com a prevenção de futuros problemas de aprendizagem. Oferecendo parâmetros do desenvolvimento infantil e do processo de organização psíquica. Apontando direções para o planejamento de atividades a serem realizadas com as crianças, assim como sinalizar eventuais dificuldades que as crianças dessa faixa etária podem apresentar.

Há 10 princípios que a creche deve se orientar:

Princípio 1 – envolver as crianças nas coisas que lhes dizem respeito. A criança e o adulto devem estar totalmente presentes e envolvidos numa mesma tarefa.  

Princípio 2 – Investir em tempos de qualidade procurando-se estar completamente disponível para as crianças. O tempo de qualidade constrói-se numa rotina diária. O educador deve estar totalmente presente, atento ao que esta acontecendo e valorizando o tempo que está junto da criança.

Princípio 3 – aprender a não subestimar as formas de comunicação únicas de cada criança e ensinar-lhe as suas. Durante a interação, o educador deve articular atos com palavras.

Princípio 4 – Investir tempo e energia para construir uma pessoa completa. Deve-se trabalhar simultaneamente o desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo. São o cotidiano, as relações, as experiências, as trocas  de fraldas, as refeições, o treino do controle dos esfíncteres, os jogos  que contribuem para o desenvolvimento intelectual. Estas mesmas experiências ajudam a criança a crescer física, social e emocionalmente.

Princípio 5 – Respeitar as crianças enquanto pessoas de valor e ajudá-las a reconhecer e a lidar com os seus sentimentos. O educador deve respeitar a criança, respeitando seus sentimentos criança e o direito de ela os expressar. Deve dar apoio sem exagerar e estar disponível.

Princípio 6 - Ser verdadeiro nos nossos sentimentos relativamente às crianças. O educador deve verbalizar os seus sentimentos e ligá-los claramente com a situação e impedir a criança de continuar a fazer o que provocou esses sentimentos.

Princípio 7 – Modelar os comportamentos que se pretende ensinar. O educador deve funcionar como modelo de comportamentos aceitável tanto para crianças como para adultos dando exemplos de cooperação, respeito, autenticidade e comunicação. Quando a situação envolve agressividade, o educador deve modelar com gentileza o comportamento que pretende ensinar: o agressor necessita de ser controlado com gentileza – não se deve julgar. A vítima necessita de ser tratada com empatia (compreender a sua perturbação) – simpatia e grande quantidade de atenção podem recompensar as vítimas.

Princípio 8 – Reconhecer os problemas como oportunidades de aprendizagem e deixar as crianças tentarem resolver as suas próprias dificuldades. O educador deve deixar os bebês e as crianças lidarem com os seus problemas na medida das suas possibilidades – deve dar tempo e liberdade para resolver problemas.

Principio 9 – Construir segurança ensinando a confiança. Para que a criança aprenda a confiar, deverá contar com adultos confiáveis. Necessita saber que as suas necessidades serão satisfeitas dentro de um período de tempo razoável.

Princípio 10 – Procurar promover a qualidade do desenvolvimento em cada fase etária, mas não apressar a criança para atingir níveis que não esteja preparada. O desenvolvimento não pode ser apressado. Cada criança tem um relógio interno que determina o momento de gatinhar, sentar, andar, falar. É mais importante aperfeiçoar competências do que desenvolver novas competências. As novas competências surgirão naturalmente quando a criança já praticou suficientemente as antigas

Educação infantil no Brasil


Educação Infantil no Brasil


            Desde 1988 a educação infantil em creches passou a ser um dever do Estado e um direito da criança. (artigo 208, art IV)

No Referencial curricular nacional para a educação infantil (1998), encontramos referencias e orientações pedagógicas para implementar praticas educativas de qualidade. Segue:

            - respeito à dignidade e ao direito das crianças;

            - direito da criança ao brincar;

            - acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis;

            - socialização das crianças;

            - atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência.

Do ponto de vista legal, todas as crianças tem direito a à vida, saúde,

alimentação, educação, lazer, cultura, dignidade, respeito, liberdade, convivência familiar e comunitária. As crianças devem ser consideradas como sujeitos históricos e sociais, produtoras de cultura.
 
Um objetivo da aprendizagem na criança inserida na creche é a formação pessoal e social para a construção do sujeito. As instituições devem oferecer condições para que a criança aprenda a conviver com os outros e consigo mesma.

Outro objetivo da aprendizagem é trazer o conhecimento de mundo, onde se constrói diferentes linguagens e as relações que elas estabelecem com o conhecimento, enfatizando a relação com a cultura. Trabalhando-se com artes visuais, musica, movimento, linguagem oral e escrita, natureza, sociedade e matemática.

O professor deve individualizar a aprendizagem de cada criança, pois deve considerar sua capacidade afetiva, emocional, social e cognitiva.

É importante que o professor considere alguns aspectos da aprendizagem das crianças nesta faixa etária:

            - a interação das crianças para o desenvolvimento da aprendizagem e da          socialização;

- conhecimentos prévios que a criança já possui, pois elas relacionam o que já sabem com as novas ideias;

- a individualidade e a diversidade;

- o grau de deságio que as atividades apresentam e que sejam mais próximas possíveis das praticas reais;

- a resolução de problemas como forma de aprendizagem.

                        Dentro da instituição existem atividades permanentes que precisam de uma constância. Como por exemplo: brincadeiras, roda de historias, roda de conversas, desenhos, pintura, modelagem e musica, atividades diversificadas, ambientes organizados por temas, materiais à escolha da criança, incluindo momentos para a criança ficar sozinha se o desejar e cuidados com o corpo.

                        A organização de espaço e materiais numa creche é muito importante, pois, deve-se preparar o ambiente e os materiais para cada atividade. O  espaço pode ser interno ou externo.

                        O professor deve observar e registrar o processo de aprendizagem da criança, obtendo uma visão geral da criança.

                        As condições externas precisam ser observadas também, pois afetam diretamente a vida das crianças. Questões como a desnutrição, a violência, os abusos e maus tratos e problemas de saúde tem visibilidade no ambiente escolar que podem ajudar a encontrar a solução para cada questão.

                        A criança dentro da instituição precisa ter uma rotina clara, que facilite a sua compreensão e segurança. Porem, esta rotina não deve ser rígida e inflexível, que engesse o estimulo e aprendizagem da criança.

                        A inclusão do conhecimento familiar dentro do trabalho pedagógico é importante para o desenvolvimento da criança. A cooperação e respeito entre os profissionais  e a família levam a uma linha coerente de ação.

Desenvolvimento psicomotor da criança


Desenvolvimento psicomotor


            É importante conhecer a fase do desenvolvimento psicomotor que a criança se encontra, para que seja identificado possíveis atrasos e suas consequências.

                     O desenvolvimento psicomotor do bebê funciona da seguinte forma:

Recém-nascido - já possui reflexos subcorticais.

Um mês - segue com os olhos e acompanha a movimentação.

Dois meses - reconhece os pais e sorri.        

Três meses - já sustenta a cabeça e tenta alcançar objetos

Quatro meses - consegue segurar os objetos.

Cinco meses - gira sobre o abdômen.

Seis meses - já consegue sentar, com apoio.

Sete meses – preensão palmar

Oito meses – pinça digital

Nove meses – já consegue ficar sentado, sem apoio.

Dez meses – já engatinha

Onze meses – Fica de pé e anda com apoio

Doze a quatorze meses – anda sem apoio.

Entre o nascimento até um ano, o desenvolvimento motor é de movimentos reflexos, onde os movimentos executados são inconscientes. O desenvolvimento psicomotor é neuromotor, onde surge o sistema de  respostas inatas. E o esquema corporal esta na fase do corpo submisso, com movimentos automáticos, observando os reflexos no momento da alimentação, defesa e equilíbrio.

De um a dois anos, o desenvolvimento motor é de movimentos rudimentares com manifestação de movimentos voluntários, controle tônico-postural, pegar, receber, arremessar e se locomover. O desenvolvimento psicomotor esta na fase sensório-motora ampliando o sistema motor global. E o esquema corporal esta na fase do corpo vivido, com movimento global que favorece a base do esquema-imagem corporal
 
Há três etapas para o desenvolvimento do esquema corporal. De zero a três anos é a primeira etapa,     que ele chama de o corpo vivido, através da experiência vivida com a exploração do meio, desenvolve-se a inteligência sensório-motora. A criança aprende também a se movimentar através da imagem do movimento do outro.  E aos poucos, a criança vai se diferenciando em seu meio.

Processo de categorização da criança de zero a dois anos


O processo de categorização da criança de zero a dois anos


Uma das principais maneiras da criança aprender palavras é por meio de categorização e agrupamento de coisas por semelhança e diferença.

Visual: Escolher duas categorias de pequenos objetos, sendo quatro itens de cada uma. Os quatro objetos de cada grupo devem ser semelhantes, e as duas categorias diferentes. Misturar e colocar em uma mesa e observar. Aos dez meses a criança pega um brinquedo de cada vez e brinca com eles aleatoriamente. Entre os doze e dezesseis meses, ela toca nos objetos que pertencem ao mesmo grupo, primeiro uma categoria e depois a outra. Podem separar espontaneamente os objetos em duas pilhas. Aos dezoito meses as crianças já classificam e separam os objetos por categorias.

Linguagem: Após a criança já conhecer no mínimo 50 palavras, deve-se colocar uma pilha de quatro categorias de brinquedos familiares em cima da mesa e acrescentar alguns objetos de uma categoria diferente e misturar. Após a criança tocar e brincar com os objetos. Deve-se nomear os objetos e pedirá que a criança aponte qual esta sendo solicitado. Como ela não conhece todas as nomenclaturas ficará em duvida e usará a dedução para apontar.

Desenvolvimento e aprendizagem da criança de um a dois anos


Desenvolvimento e aprendizagem da criança de um a dois anos


Nesta fase a criança desenvolve muitas habilidades: andar, falar, acenar, apontar, etc.

Com 12 meses a audição e visão estão quase tão desenvolvidas como a de um adulto. Já possui habilidade para segurar objetos com os dedos, assim como estimar a largura ou a forma do objeto.

Apontar requer um processo complexo de compreensão da linha da visão, seguindo a trajetória do dedo ao objeto, e a compreensão de olhar é algo mutuo. Aos 15 meses a criança já é capaz de observar se o outro esta prestando atenção na direção em que ele deseja apontar.

Entre os 12 e 24 meses, a produção de palavras é desenvolvida. Normalmente as primeiras palavras são as mais importantes para que a criança realize a comunicação e também são as que ela considera mais simples a pronuncia.

A explosão de vocabulário começa normalmente depois das primeiras 50 palavras e acontece por volta dos 18 meses. Entre 18 e 20 meses começa a desenvolver as frases de duas palavras, e a criança começa a entender a perspectiva do outro.

Nesta fase também, começam a entender a diferença entre si mesmas e os outros e a noção de tempo é desenvolvida.

Por volta de dois anos, a criança começa a perceber as cores, formas e quantidades, abrindo um caminho para aguçar a criatividade e aprendizagem. A capacidade de usar os símbolos, compreensão, uso da linguagem e resolver problemas é desenvolvida.

A importancia da brincadeira no desenvolvimento e aprendizagem


A importância da brincadeira no desenvolvimento e aprendizagem


É importante brincar com o bebe, de preferencia disponibilizando diversos tipos de brinquedos ao seu alcance, para que ele possa escolher e explorar o que desejar e se conectar o com o objeto. O brinquedo se torna mais interessante, quando o bebe entende sua utilidade.

Não é preciso brinquedos especiais, qualquer objeto pode se tornar um brinquedo, desde que não seja perigoso para a segurança do bebê.
 
Entre os 18 e 24 meses a criança começa a perceber a diferença entre o que é real ou não, demonstrando isso nas brincadeiras de faz de conta.

A escolha de brinquedos que possam ser manipulados de diversas formas, como blocos de montar, proporcionam ao bebê o sentimento de alegria e realização, e ainda dá experiência na solução de problemas. As crianças aprendem com tentativas e erros, até conseguirem encontrar uma técnica e prática que funcionem. Essas conquistas de pequenos desafios são muito importantes, pois auxiliam a criança em sua busca de próprias respostas, e a prepara para resolver o problema seguinte.

Brincar de esconder objetos, ou até mesmo aqueles brinquedinhos que têm surpresas escondidas são tarefas estimulantes para a memória das crianças.

Por trás da repetição e diversão que a brincadeira proporciona, a mente do bebê adquire novos padrões de pensamento, que no futuro irão ajudá-lo a resolver problemas mais complexos.

Alguns brinquedos estimulam o aprendizado das crianças e as ajudam a solucionar problemas:

- Brinquedos de atividades com discos e alavancas

- Blocos de empilhar

- Caixas com itens para encher e esvaziar

- Brinquedos de encaixar

- Discos ou chaves em anéis

- Cones de empilhar

- Brinquedos que pulam, fáceis de ativar

- Grandes bolas de plástico para encaixar.

            Outras sugestões de brincadeiras, inclusive para serem utilizadas na creche são:

1)    Adquirir uma luva de malha ou lã e pregar em cada dedo pequenos sinos. Em cada dedo pode ser pintada ou bordada uma carinha. Pode ser aplicada lã para imitar cabelos. Com essa luva os pais ou educadores podem saudar as crianças como se cada dedo tivesse um nome.

2)    Para bebês que estão engatinhando, pode ser feito um túnel com papelões grandes, diferentes bolas e almofadas, bóias, animais de plástico para soprar, balões de ar, colchas, dentre outros. Permitir com que a criança experimente as possibilidades de brincar com os materiais ao seu dispor.. Engatinhar dentro do túnel, brincar com os balões, construir torres com os travesseiros e almofadas, usar o material disponível, fará com a criança se sinta estimulada.

3)    Disponibilizar uma piscina de borracha ou plástico. Enchê-la com balões, jornais, algodão, folhas de papel manteiga, folhas secas, palha, dentre outros matérias. E permitir que a criança entre na piscina, sinta o material e brinque com ele.

Métodos para estimular a inteligência do bebê


Métodos para estimular a inteligência do bebê


            A partir do quinto mês da gravidez o bebê ouve e se contar historias simples e repetidas, depois do nascimento ele ficará mais calmo quando as ouvir novamente.

A partir do segundo mês de vida, podem ser aplicados os seguintes estímulos:

            Um adulto, fora do campo de visão do bebê, toca uma campainha com um som forte, isto fará com que o bebê vire em sua direção para tentar localizar o barulho.

            Outra opção, é ascender uma lanterna a meio metro do bebê, ele deve fixar sua atenção na luz. A experiência de luz e cores brilhantes  é muito importante para a inteligência do bebê.

            Com três meses, o bebê é capaz de combinar a visão e a audição. Uma pessoa pode ficar a uns 30 cm dele e provoca-lo com gestos ou palavras, provavelmente ele olhará em sua direção e esboçará um sorriso.

            Se mostrar um objeto a uns 30 cm dele e em seguida esconde-lo, o bebê olhará em direção em que desapareceu o objeto.

Massageá-lo desenvolve o tato e a capacidade afetiva. Usar brinquedos como móbile e dar objetos de cores vibrantes para ele pegar, como mordedores e chocalhos.

            Aos quatro meses, colocando o bebê de bruços, ele irá levantar a cabeça e os ombros, apoiando-se nos cotovelos. Nesta fase também, deve-se dar objetos para ele, que os segurará com firmeza.

            Com cinco meses, se apresentar ao bebê um cartão branco a cerca de 30 cm de distancia, depois de algum tempo ele irá perder o interesse. Em seguida, trocar por um cartão igual, mas da cor vermelha, o interesse pelo segundo será logo manifestado.

            Deve-se leva-lo a outro ambiente, se possível, aproximando os objetos do campo visual dele. Ele olhará com interesse para todos os lados.

            Por volta dos seis meses, uma pessoa próxima ao bebe, pode fazer caretas durante 30 segundos, o bebê se alegrará e sorrirá. Em seguida, a pessoa irá trocar os movimentos alegres por outros severos, o bebe ficará serio também.

Brincadeiras do tipo "esconde-esconde" ajudam-no a controlar os sentimentos de tristeza pela perda e de alegria por reencontrar o objeto.

            Aos sete meses, ele já começa a imitar. Diante do bebê, um adulto bate com a mão na mesa por algum tempo, em seguida coloca o bebe no colo. Ele também tentará bater com a mão na mesa. Ele também já procura um contato ativo. Se alguém sentar ao lado dele e não olha-lo, o bebê tentará estabelecer contato com a pessoa, balbuciando e olhando para ela.

            No oitavo mês ele já consegue manusear com as duas mãos, se o bebê estiver brincando com um objeto e oferecer outro, ele irá segurar este segundo, sem soltar o primeiro.

            Com nove meses, ele já pode ser colocado de pé, com apoio e deve-se estimula-lo, colocando brinquedos fora do seu alcance, para que o bebê vá engatinhando pega-lo.

            Aos dez meses, pode-se esconder objetos dele, cobrindo com uma fralda, estimulando sua percepção e curiosidade para descobrir e encontrar o objeto.

            Com onze meses, o bebê já consegue se sentar sozinho. Quando ele estiver deitado, um adulto pode mostrar um brinquedo, mantendo-o fora do alcance de suas mãos. Ele irá sentar para apanha-lo.

            Já é possível também estimular sua memória. Deve ser mostrada ao bebê uma caixa contendo uma bola. Em seguida, deve-se levar a bola e caixa e voltar após um minuto, com a caixa sem a bola, ele não a encontrando, olhará surpreso, indagando o seu desaparecimento.

É importante estimulá-lo a reconhecer sons, odores e sensações táteis.

            Quando o bebê completar um ano, deve-se dar a ele duas caixas que se encaixem, ele irá examina-las e tentar colocar uma dentro da outra. Além disso, pode entregar a ele uma caixa fechada, que ele tentará abrir. Ele também já consegue superar obstáculos, pode mostrar-lhe uma bola e quando ele for apanha-la, colocar na frente algum obstáculo, para escondê-la. Ele irá contornar o obstáculo e apanhará a bola.

A partir de um ano, muitos estímulos podem ser dados ao bebê. Uma pessoa deve jogar a bola em direção à ele e pedir para jogar de volta, trabalhando a coordenação motora. Deve trabalha a opção de escolha e preferencia, apresentando a ele cartões coloridos e outros com figuras. Provavelmente ele escolherá os cartões com figuras por serem mais interessantes. Assim como, reconhecerá fotos de pessoas próximas a ele.

Desenvolvimento a aprendizagem do bebê


Desenvolvimento a aprendizagem do bebê


            No nascimento, perde-se a proteção total do útero materno com todo o conforto e tranquilidade que havia e os desafios da vida se iniciam.

            A Edição nº 1550 da Revista Isto É (1999) afirma que:

“Os bebês nascem com cerca de 100 bilhões de  neurônios células localizadas em maior parte no cérebro encarregadas de receber e transmitir impulsos nervosos. Segundo autores, essa rede neuronal deve ser exercitada por toda vida por uma questão crucial: é ela que está ligada à inteligência e conduz a evolução da capacidade motora, sensitiva e cognitiva dos indivíduos. E, para se ter uma idéia, até os oito meses esses neurônios estão no auge das atividades e criam cerca de 100 trilhões de conexões (as sinapses) entre si. Sendo assim, acredita-se que nos três primeiros anos de vida da criança, o aprendizado, por causa da facilidade com que as sinapses acontecem, é aceleradíssimo. Bebês de cinco meses já têm noções básicas de quantidade.” (ISTOÉ, Ed. 1550, 1999).

Nas primeiras semanas de vida de uma criança, a única pessoa que realmente interessa à ela é a mãe (ou a pessoa que exerce o papel da mãe) pois vive uma relação de total dependência.

Com apenas uma semana de vida o bebe já é capaz de reconhecer o rosto da mãe.

As emoções genuínas do bebe são o riso e o choro. O afeto é fundamental no primeiro ano de vida.
 
Ao nascer o bebê já enxerga em três dimensões, mas a medida que recebem estímulos de cada um dos olhos, desenvolvem a capacidade de ver objetos em profundidade.

No recém-nascido a audição ainda não esta totalmente desenvolvida, mas eles percebem o timbre de voz, a inflexão vocal ou a prosódia e a força rítmica natural da fala. Eles precisam que as palavras sejam ditas em volume mais alto, lentamente e com as vogais destacadas, assim perceberão os padrões com maior facilidade.  

Instintivamente o adulto fala com o bebe de forma aguda, cerca de um oitavo mais alta do que o discurso normal, modulada, mais lenta e com os sons das vogais esticados. Podemos denominar esta fala como fala materna. Exemplo: “Queeeeeee bebeziiiiiiiiiiiinho liiiiiiiiiindo”.

            Por volta dos quatro meses e meio o bebe passa a identificar seu próprio nome, por ser a palavra que ouviu mais vezes e que possui um significado mais forte, o individualizando como ser.

            Depois de algumas semanas do nascimento, o bebe segue com os olhos a fala da mãe. Com cerca de seis semanas, poderão sorrir quando escutarem o som da voz da mãe.

            É importante salientar que para que o processo de aprendizagem do bebê ocorra de maneira satisfatória, o ambiente precisa ser calmo e tranquilo, sem distrações. Os bebês precisam de estimulo verbal e encontrarão este estimulo na conversa com o outro.

            O bebê é sensível, curioso, um aprendiz eficaz, manifestando percepção ao tom de voz, gestos, atitudes, expressões e movimentos dos adultos. Explorando seu meio em busca das descobertas, aprende a lidar com as circunstâncias que influenciam seus desejos e angustias.

            Como oito meses os bebes são capazes de detectar uma palavra conhecida, no meio de varias outras. Porque o cérebro humano é capaz de extrair e codificar padrões recorrentes.

            Aos nove meses, os bebes já dominam a estrutura fonotática de seu idioma nativo. E aos onze meses, já dominam os padrões de acentuação entonação, pausas e dicas fonotáticas, segundo Mcguinness (2006).

            Os bebes prestam muita atenção na fala do adulto, e com esforço tentam produzir. Com cerca de sete ou oito meses começar a balbuciar,      que consiste numa pratica consciente e controlada de emitir sons.

            A primeira palavra é dita por volta de 12 meses. A emoção e o contexto social no qual esta criança esta inserida irão construir o vocabulário que ela irá desenvolver.

            É possível identificar quatro estilos de comunicação inadequados para a aprendizagem do bebê, causando atraso ou bloqueio no processo. São eles:

- Ignorar: Mesmo atendendo as necessidades básicas do bebe, os responsáveis não lhes dão a devida atenção e estimulo;

- Interação invasiva: Os responsáveis impõem a sua vontade, sem considerar o desejo do bebê;

- Proibições excessivas: proibições excessivas que bloqueiam as ações e comunicação;

- Não envolver: Não estimular o envolvimento da criança em atividade ou conversa. A criança fica passiva ao que acontece ao redor.

É tarefa dos pais educar o bebe como um ser sujeito ao desejo. Introduzi-lo à família, possibilitando que encontre o seu papel, iniciando o processo de educação.  A qualidade da interação, a sensibilidade e o esforço dos pais para interpretar o desejo das crianças são essenciais para o desenvolvimento do processo de aprendizagem.

Desenvolvimento a aprendizagem do bebê durante a gestação


Desenvolvimento a aprendizagem do bebê durante a gestação


            Já no útero as emoções da mãe são transmitidas à criança. A criança pode nascer agitada em consequência de um período gestacional conturbado.

Vários estudos mostram que a partir do terceiro trimestre os bebes conseguem ouvir os sons que acontecem dentro do útero e também os sons do exterior.

Há informações sobre um estudo publicado na Sience onde relata que A. J. Gaspar e H. J. Spence descobriram que os recém-nascidos conseguiam reconhecer uma historia. Durante o experimento, as mães nas ultimas 6 semanas de gestação, liam o livro The Cat in the Hat, duas vezes ao dia. Quando os bebes nasceram, foram testados para verificar a preferencia entre a historia The Cat in the Hat ou outras, e quando eles escutam a historia já conhecida, sugaram mais rapidamente e por mais tempo a mamadeira, mostrando maior interesse.

Resultando então, que se algo for falado de forma clara e repetida durante um certo tempo, chamará a atenção do bebê dentro do útero, principalmente se este som vier da fala da mãe.

Mesmo na etapa fetal, há capacidade de aprender e lembrar. O feto responde à voz da mãe e tem preferencia por ela.  

A Edição nº 130 da Revista Superinteressante (1998) informa que o maestro canadense Boris Brott, relata que quando criança estranhava a facilidade com que aprendia trechos de algumas obras. Comentou isso com a mãe, que era violoncelista, e ela lhe disse que esses trechos eram exatamente aqueles que ela tocava enquanto estava grávida e não voltou a executar depois. Também é possível que a habilidade linguística comece a ser adquirida na fase final da gestação. As mães que conversam com o feto estariam habituando-o ao ritmo e à musicalidade da língua. Há relatos de crianças que passaram a gravidez em um país estrangeiro, onde a mãe falava outro idioma, e depois tinham dificuldade em aprender a língua pátria.

MELANIE KLEIN E A CRIANÇA


MELANIE KLEIN E A CRIANÇA


Melanie Klein, psicanalista austríaca, foi uma das percursoras do estudo com criança. Iniciou seu trabalho com a psicanálise infantil na década de 20. Ela implementou a técnica de brincar, percebeu que isso representava simbolicamente as ansiedades e fantasias infantis. Assim, tratou seus pequenos pacientes na sala de recreio, e foi lá que descobriu o caminho para o inconsciente da criança.

 

A importância do seio para o bebê


Assim que os bebes nascem, possuem apenas dois sentimentos, o de amor e o de ódio. Afirma que inicialmente o bebe só enxerga o seio materno, ainda não reconhece a mãe. Tendo uma imagem desfragmentada do mundo e sem noção do eu, fase que M. Klein  chama de esquizoparanoide e vai até os cinco meses.

Com cinco ou seis meses o bebe passa a perceber os objetos inteiros. Surge os sentimentos de culpa e a necessidade de reparação.

O seio materno é o primeiro objeto que o bebê se relaciona com o mundo externo. Quando este seio o alimenta, é percebido com o “seio bom” e quando não o alimenta na hora que ele desejar, é percebido como o “seio mau”.

Na fantasia da criança o “seio mau” irá se vingar pelo ódio e destrutividade que ela tem por este seio. M. Klein (1973) chama esse medo de vingança de ansiedade percursória, conforme segue:

“Investigações recentes os relacionaram particularmente com o mais primitivo estágio da infância. Tem sido reconhecida que a clivagem entre amor e ódio, comumente descrita como uma divisão de emoção, varia de intensidade e toma muitas

formas.  Essas variações estão ligadas à força dos temores persecutórios do bebê.  Se a divisão for excessiva, a relação fundamentalmente importante com a mãe não poder ser alcançada com segurança e o progresso normal no sentido da integração do ego se perturbar. Isto pode resultar em doença mental posterior. Outra possível consequência é a inibição do desenvolvimento intelectual, que pode contribuir para o retardamento mental.”

Quando o bebê percebe que o seio bom e o seio mau fazem parte de uma mesma pessoa, teme perder o seio bom. Esse medo da perda, M. Klein denomina ansiedade depressiva.

Melanie Klein observou a importância da utilização de métodos diferentes da linguagem para comunicar-se com elas. Percebeu que por meio de jogos e brincadeiras as crianças expunham de maneira simbólica seus desejos.

Comparou o brinquedo com os sonhos, pois ambos não utilizavam a linguagem inconsciente para se comunicar.

DONALD WINNICOTT E O PAPEL DA MÃE NA APRENDIZAGEM

DONALD WINNICOTT E O PAPEL DA MÃE NA APRENDIZAGEM

Este pediatra e psicanalista inglês estudou a relação mãe e bebê, refletindo sobre a criatividade, a autenticidade e a espontaneidade.

 

O papel da mãe no desenvolvimento e aprendizagem da criança


Como pediatra, observou que o primeiro lugar onde olha o bebe, é para o rosto materno. Sendo o rosto da mãe, seu primeiro espelho.

Acreditava que a criança nasce indefesa e desintegrada, porem se a mãe fizer uma sustentação afetiva e fisiológica, a criança integra os estímulos e a representação de si mesma, afirma a Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº5 (2009).

No nascimento, o bebe não se separa completamente da mãe. Ele continua fazendo parte do corpo materno, mesmo não estando mais em seu ventre. Onde o corpo da mãe e o do bebe é um só.

O bebe começa a criar o mundo, quando cria o seio. A amamentação é o primeiro laço afetivo do bebe com um objeto externo.

Para Winnicott , o papel da mãe começa antes do filho ser concebido, porque a mulher já concebe o filho em sua subjetividade, como um ser unificado, sexuado e autônomo, segundo a Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº5 (2009).

O papel materno ideal para este autor, seria o que ele chama de “mãe suficientemente boa” que seria a mãe devotada, a mãe não invasiva, não intrusiva.

No inicio da vida, o bebe não tem sentido real constituído e vive numa realidade subjetiva, sustentado pela mãe suficientemente boa. A mãe o protege de qualquer realidade externa que seja ainda incompreensível para ele.

E o papel oposto, seria daquela mãe que abandona sua prole, sem fornecer o cuidado necessário que o bebe precisa.

Um de seus conceitos principais, seria o holding, que é a capacidade da mãe se identificar com o bebê, sustentando emocionalmente suas angustias e necessidades. Exercendo um holding adequado, a mãe protege seu filho de agressões fisiológicas, invasões ambientais, o protege de sentimentos de confusão e angustia, possibilita uma transição entre o estado calmo e excitado e cria uma rotina especifica para o bebê, conforme a Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº5 (2009).

A adaptação ativa e cuidadosa da mãe é importante até que o lactente seja capaz de compensar as deficiências maternas com o surgimento da atividade mental.

Certos tipos de fracasso na maternagem, como comportamento irregular, imprevisível e torturante da mãe, podem produzir hipertrofia mental no bebe (sem lesão orgânica).

Se o bebê tiver um laço de confiança com a mãe, numerosos processos mentais passam a se desenvolver, permitindo que ele consiga lidar com a separação do objeto, que o inicia na jornada em direção à dependência relativa e depois, à independência.

A Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº 5 (2009) afirma que por volta dos seis meses, alterações significantes começam a ocorrer com o bebê, que começa a compreender ser possuidor de um mundo interno e um externo, e entende então, que a sua mãe também tem um interior.

Dos seis meses aos dois anos, a privação ou a perda da mãe, pode ocasionar consequências desastrosas ao bebê, tornando o sentimento de culpa intolerável e não conseguindo realizar o esforço construtivo e reparador, o impedindo que seu ego ganhe força e estabilidade para sustentar a ideia do bom objeto (mãe) quando este vier a faltar.

O importante da relação mãe e bebe não é o prazer, mas a qualidade da presença e da comunicação que possibilita experiências para o bebê.

O sentimento de amor da mãe, forma um ego saudável na criança. A criança precisa se sentir amada, segundo afirma a Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº5 (2009).