Desenvolvimento a aprendizagem do bebê
No nascimento, perde-se a proteção total do útero
materno com todo o conforto e tranquilidade que havia e os desafios da vida se
iniciam.
A Edição nº 1550 da
Revista Isto É (1999) afirma que:
“Os bebês nascem
com cerca de 100 bilhões de neurônios
células localizadas em maior parte no cérebro encarregadas de receber e transmitir
impulsos nervosos. Segundo autores, essa rede neuronal deve ser exercitada por
toda vida por uma questão crucial: é ela que está ligada à inteligência e
conduz a evolução da capacidade motora, sensitiva e cognitiva dos indivíduos.
E, para se ter uma idéia, até os oito meses esses neurônios estão no auge das
atividades e criam cerca de 100 trilhões de conexões (as sinapses) entre si.
Sendo assim, acredita-se que nos três primeiros anos de vida da criança, o aprendizado,
por causa da facilidade com que as sinapses acontecem, é aceleradíssimo. Bebês de
cinco meses já têm noções básicas de quantidade.” (ISTOÉ, Ed. 1550, 1999).
Nas primeiras
semanas de vida de uma criança, a única pessoa que realmente interessa à ela é
a mãe (ou a pessoa que exerce o papel da mãe) pois vive uma relação de total
dependência.
Com apenas uma semana de vida o bebe já
é capaz de reconhecer o rosto da mãe.
As emoções genuínas do bebe são o riso e
o choro. O afeto é fundamental no primeiro ano de vida.
Ao nascer
o bebê já enxerga em três dimensões, mas a medida que recebem estímulos de cada
um dos olhos, desenvolvem a capacidade de ver objetos em profundidade.
No recém-nascido a audição ainda não
esta totalmente desenvolvida, mas eles percebem o timbre de voz, a inflexão
vocal ou a prosódia e a força rítmica natural da fala. Eles precisam que as
palavras sejam ditas em volume mais alto, lentamente e com as vogais
destacadas, assim perceberão os padrões com maior facilidade.
Instintivamente o adulto fala com o bebe de forma aguda, cerca de um oitavo mais alta do que o discurso normal, modulada, mais lenta e com os sons das vogais esticados. Podemos denominar esta fala como fala materna. Exemplo: “Queeeeeee bebeziiiiiiiiiiiinho liiiiiiiiiindo”.
Por volta dos quatro
meses e meio o bebe passa a identificar seu próprio nome, por ser a palavra que
ouviu mais vezes e que possui um significado mais forte, o individualizando como
ser.
Depois de algumas
semanas do nascimento, o bebe segue com os olhos a fala da mãe. Com cerca de
seis semanas, poderão sorrir quando escutarem o som da voz da mãe.
É importante salientar que para que o processo de aprendizagem do bebê
ocorra de maneira satisfatória, o ambiente precisa ser calmo e tranquilo, sem
distrações. Os bebês precisam de estimulo verbal e encontrarão este estimulo na
conversa com o outro.
O bebê é sensível, curioso, um aprendiz eficaz, manifestando
percepção ao tom de voz, gestos, atitudes, expressões e movimentos dos adultos.
Explorando seu meio em busca das descobertas, aprende a lidar com as
circunstâncias que influenciam seus desejos e angustias.
Como oito meses os bebes
são capazes de detectar uma palavra conhecida, no meio de varias outras. Porque
o cérebro humano é capaz de extrair e codificar padrões recorrentes.
Aos nove meses, os bebes
já dominam a estrutura fonotática de seu idioma nativo. E aos onze meses, já
dominam os padrões de acentuação entonação, pausas e dicas fonotáticas, segundo
Mcguinness (2006).
Os bebes prestam muita
atenção na fala do adulto, e com esforço tentam produzir. Com cerca de sete ou
oito meses começar a balbuciar, que
consiste numa pratica consciente e controlada de emitir sons.
A primeira palavra é
dita por volta de 12 meses. A emoção e o contexto social no qual esta criança
esta inserida irão construir o vocabulário que ela irá desenvolver.
É possível identificar
quatro estilos de comunicação inadequados para a aprendizagem do bebê, causando
atraso ou bloqueio no processo. São eles:
- Ignorar: Mesmo atendendo as necessidades básicas do bebe, os
responsáveis não lhes dão a devida atenção e estimulo;
- Interação invasiva: Os responsáveis impõem a sua vontade, sem
considerar o desejo do bebê;
- Proibições excessivas: proibições excessivas que bloqueiam as ações e
comunicação;
- Não envolver: Não estimular o envolvimento da criança em atividade ou
conversa. A criança fica passiva ao que acontece ao redor.
É tarefa dos pais educar o bebe como um ser sujeito ao desejo.
Introduzi-lo à família, possibilitando que encontre o seu papel, iniciando o
processo de educação. A qualidade da
interação, a sensibilidade e o esforço dos pais para interpretar o desejo das
crianças são essenciais para o desenvolvimento do processo de aprendizagem.
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