quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

MELANIE KLEIN E A CRIANÇA


MELANIE KLEIN E A CRIANÇA


Melanie Klein, psicanalista austríaca, foi uma das percursoras do estudo com criança. Iniciou seu trabalho com a psicanálise infantil na década de 20. Ela implementou a técnica de brincar, percebeu que isso representava simbolicamente as ansiedades e fantasias infantis. Assim, tratou seus pequenos pacientes na sala de recreio, e foi lá que descobriu o caminho para o inconsciente da criança.

 

A importância do seio para o bebê


Assim que os bebes nascem, possuem apenas dois sentimentos, o de amor e o de ódio. Afirma que inicialmente o bebe só enxerga o seio materno, ainda não reconhece a mãe. Tendo uma imagem desfragmentada do mundo e sem noção do eu, fase que M. Klein  chama de esquizoparanoide e vai até os cinco meses.

Com cinco ou seis meses o bebe passa a perceber os objetos inteiros. Surge os sentimentos de culpa e a necessidade de reparação.

O seio materno é o primeiro objeto que o bebê se relaciona com o mundo externo. Quando este seio o alimenta, é percebido com o “seio bom” e quando não o alimenta na hora que ele desejar, é percebido como o “seio mau”.

Na fantasia da criança o “seio mau” irá se vingar pelo ódio e destrutividade que ela tem por este seio. M. Klein (1973) chama esse medo de vingança de ansiedade percursória, conforme segue:

“Investigações recentes os relacionaram particularmente com o mais primitivo estágio da infância. Tem sido reconhecida que a clivagem entre amor e ódio, comumente descrita como uma divisão de emoção, varia de intensidade e toma muitas

formas.  Essas variações estão ligadas à força dos temores persecutórios do bebê.  Se a divisão for excessiva, a relação fundamentalmente importante com a mãe não poder ser alcançada com segurança e o progresso normal no sentido da integração do ego se perturbar. Isto pode resultar em doença mental posterior. Outra possível consequência é a inibição do desenvolvimento intelectual, que pode contribuir para o retardamento mental.”

Quando o bebê percebe que o seio bom e o seio mau fazem parte de uma mesma pessoa, teme perder o seio bom. Esse medo da perda, M. Klein denomina ansiedade depressiva.

Melanie Klein observou a importância da utilização de métodos diferentes da linguagem para comunicar-se com elas. Percebeu que por meio de jogos e brincadeiras as crianças expunham de maneira simbólica seus desejos.

Comparou o brinquedo com os sonhos, pois ambos não utilizavam a linguagem inconsciente para se comunicar.

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