MELANIE KLEIN E A CRIANÇA
Melanie Klein, psicanalista austríaca, foi uma das percursoras do
estudo com criança. Iniciou seu trabalho com a psicanálise infantil na década de 20. Ela
implementou a técnica de brincar, percebeu que isso representava simbolicamente
as ansiedades e fantasias infantis. Assim, tratou seus pequenos pacientes na
sala de recreio, e foi lá que descobriu o caminho para o inconsciente da
criança.
A importância do seio para o bebê
Assim que os bebes nascem, possuem apenas
dois sentimentos, o de amor e o de ódio. Afirma que inicialmente o bebe só
enxerga o seio materno, ainda não reconhece a mãe. Tendo uma imagem
desfragmentada do mundo e sem noção do eu, fase que M. Klein chama de esquizoparanoide e vai até os cinco
meses.
Com cinco ou seis meses o bebe passa a perceber os objetos
inteiros. Surge os sentimentos de culpa e a necessidade de reparação.
O seio materno é o primeiro objeto que o
bebê se relaciona com o mundo externo. Quando este seio o alimenta, é percebido
com o “seio bom” e quando não o alimenta na hora que ele desejar, é percebido
como o “seio mau”.
Na fantasia da criança o “seio mau” irá se vingar pelo ódio e
destrutividade que ela tem por este seio. M. Klein (1973) chama esse medo de
vingança de ansiedade percursória, conforme segue:
“Investigações
recentes os relacionaram particularmente com o mais primitivo estágio da infância.
Tem sido reconhecida que a clivagem entre amor e ódio, comumente descrita como
uma divisão de emoção, varia de intensidade e toma muitas
formas. Essas variações estão ligadas à força dos
temores persecutórios do bebê. Se a
divisão for excessiva, a relação fundamentalmente importante com a mãe não
poder ser alcançada com segurança e o progresso normal no sentido da integração
do ego se perturbar. Isto pode resultar em doença mental posterior. Outra
possível consequência é a inibição do desenvolvimento intelectual, que pode
contribuir para o retardamento mental.”
Quando o bebê percebe que o seio bom e o seio mau fazem parte de
uma mesma pessoa, teme perder o seio bom. Esse medo da perda, M. Klein denomina
ansiedade depressiva.
Melanie
Klein observou a importância da utilização de métodos diferentes da linguagem
para comunicar-se com elas. Percebeu que por meio de jogos e brincadeiras as
crianças expunham de maneira simbólica seus desejos.
Comparou o brinquedo com os sonhos, pois ambos não utilizavam a
linguagem inconsciente para se comunicar.
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