Este pediatra e
psicanalista inglês estudou a relação mãe e bebê, refletindo sobre a
criatividade, a autenticidade e a espontaneidade.
O papel da mãe no desenvolvimento e
aprendizagem da criança
Como pediatra, observou que o primeiro lugar onde olha o bebe, é
para o rosto materno. Sendo o rosto da mãe, seu primeiro espelho.
Acreditava que a criança nasce indefesa e desintegrada, porem se a
mãe fizer uma sustentação afetiva e fisiológica, a criança integra os estímulos
e a representação de si mesma, afirma a Revista Mente e Cérebro Edição Especial
nº5 (2009).
No nascimento, o bebe não se separa completamente da mãe. Ele
continua fazendo parte do corpo materno, mesmo não estando mais em seu ventre.
Onde o corpo da mãe e o do bebe é um só.
O bebe começa a criar o mundo, quando cria o seio. A amamentação é
o primeiro laço afetivo do bebe com um objeto externo.
Para Winnicott , o papel da mãe começa antes do filho ser
concebido, porque a mulher já concebe o filho em sua subjetividade, como um ser
unificado, sexuado e autônomo, segundo a Revista Mente e Cérebro Edição
Especial nº5 (2009).
O papel materno ideal para este autor, seria o que ele chama de
“mãe suficientemente boa” que seria a mãe devotada, a mãe não invasiva, não
intrusiva.
No inicio da vida, o bebe não tem sentido real constituído e vive
numa realidade subjetiva, sustentado pela mãe suficientemente boa. A mãe o
protege de qualquer realidade externa que seja ainda incompreensível para ele.
E o papel oposto, seria daquela mãe que abandona sua prole, sem
fornecer o cuidado necessário que o bebe precisa.
Um de seus conceitos principais, seria o holding, que é a capacidade da mãe se identificar com o bebê,
sustentando emocionalmente suas angustias e necessidades. Exercendo um holding
adequado, a mãe protege seu filho de agressões fisiológicas, invasões
ambientais, o protege de sentimentos de confusão e angustia, possibilita uma
transição entre o estado calmo e excitado e cria uma rotina especifica para o
bebê, conforme a Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº5 (2009).
A adaptação ativa e cuidadosa da mãe é importante até que o
lactente seja capaz de compensar as deficiências maternas com o surgimento da
atividade mental.
Certos tipos de fracasso na maternagem, como comportamento
irregular, imprevisível e torturante da mãe, podem produzir hipertrofia mental
no bebe (sem lesão orgânica).
Se o bebê tiver um laço de confiança com a mãe, numerosos
processos mentais passam a se desenvolver, permitindo que ele consiga lidar com
a separação do objeto, que o inicia na jornada em direção à dependência
relativa e depois, à independência.
A Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº 5 (2009) afirma que por
volta dos seis meses, alterações significantes começam a ocorrer com o bebê,
que começa a compreender ser possuidor de um mundo interno e um externo, e
entende então, que a sua mãe também tem um interior.
Dos seis meses aos dois anos, a privação ou a perda da mãe, pode
ocasionar consequências desastrosas ao bebê, tornando o sentimento de culpa
intolerável e não conseguindo realizar o esforço construtivo e reparador, o
impedindo que seu ego ganhe força e estabilidade para sustentar a ideia do bom
objeto (mãe) quando este vier a faltar.
O importante da relação mãe e bebe não é o prazer, mas a qualidade
da presença e da comunicação que possibilita experiências para o bebê.
O sentimento de amor da mãe, forma um ego saudável na criança. A
criança precisa se sentir amada, segundo afirma a Revista Mente e Cérebro
Edição Especial nº5 (2009).
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