quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

DONALD WINNICOTT E O PAPEL DA MÃE NA APRENDIZAGEM

DONALD WINNICOTT E O PAPEL DA MÃE NA APRENDIZAGEM

Este pediatra e psicanalista inglês estudou a relação mãe e bebê, refletindo sobre a criatividade, a autenticidade e a espontaneidade.

 

O papel da mãe no desenvolvimento e aprendizagem da criança


Como pediatra, observou que o primeiro lugar onde olha o bebe, é para o rosto materno. Sendo o rosto da mãe, seu primeiro espelho.

Acreditava que a criança nasce indefesa e desintegrada, porem se a mãe fizer uma sustentação afetiva e fisiológica, a criança integra os estímulos e a representação de si mesma, afirma a Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº5 (2009).

No nascimento, o bebe não se separa completamente da mãe. Ele continua fazendo parte do corpo materno, mesmo não estando mais em seu ventre. Onde o corpo da mãe e o do bebe é um só.

O bebe começa a criar o mundo, quando cria o seio. A amamentação é o primeiro laço afetivo do bebe com um objeto externo.

Para Winnicott , o papel da mãe começa antes do filho ser concebido, porque a mulher já concebe o filho em sua subjetividade, como um ser unificado, sexuado e autônomo, segundo a Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº5 (2009).

O papel materno ideal para este autor, seria o que ele chama de “mãe suficientemente boa” que seria a mãe devotada, a mãe não invasiva, não intrusiva.

No inicio da vida, o bebe não tem sentido real constituído e vive numa realidade subjetiva, sustentado pela mãe suficientemente boa. A mãe o protege de qualquer realidade externa que seja ainda incompreensível para ele.

E o papel oposto, seria daquela mãe que abandona sua prole, sem fornecer o cuidado necessário que o bebe precisa.

Um de seus conceitos principais, seria o holding, que é a capacidade da mãe se identificar com o bebê, sustentando emocionalmente suas angustias e necessidades. Exercendo um holding adequado, a mãe protege seu filho de agressões fisiológicas, invasões ambientais, o protege de sentimentos de confusão e angustia, possibilita uma transição entre o estado calmo e excitado e cria uma rotina especifica para o bebê, conforme a Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº5 (2009).

A adaptação ativa e cuidadosa da mãe é importante até que o lactente seja capaz de compensar as deficiências maternas com o surgimento da atividade mental.

Certos tipos de fracasso na maternagem, como comportamento irregular, imprevisível e torturante da mãe, podem produzir hipertrofia mental no bebe (sem lesão orgânica).

Se o bebê tiver um laço de confiança com a mãe, numerosos processos mentais passam a se desenvolver, permitindo que ele consiga lidar com a separação do objeto, que o inicia na jornada em direção à dependência relativa e depois, à independência.

A Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº 5 (2009) afirma que por volta dos seis meses, alterações significantes começam a ocorrer com o bebê, que começa a compreender ser possuidor de um mundo interno e um externo, e entende então, que a sua mãe também tem um interior.

Dos seis meses aos dois anos, a privação ou a perda da mãe, pode ocasionar consequências desastrosas ao bebê, tornando o sentimento de culpa intolerável e não conseguindo realizar o esforço construtivo e reparador, o impedindo que seu ego ganhe força e estabilidade para sustentar a ideia do bom objeto (mãe) quando este vier a faltar.

O importante da relação mãe e bebe não é o prazer, mas a qualidade da presença e da comunicação que possibilita experiências para o bebê.

O sentimento de amor da mãe, forma um ego saudável na criança. A criança precisa se sentir amada, segundo afirma a Revista Mente e Cérebro Edição Especial nº5 (2009).

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