Freud indicou 5 fases do desenvolvimento da criança: A fase oral
do nascimento até os dois anos, onde a boca é a zona de prazer e afeição. A
fase anal que acontece entre os dois e três anos de idade e o prazer passa a
ser a realização da própria produção (fezes). A fase fálica entre os quatro e
seis anos, com a fixação ao órgão genital. Período de latência dos sete anos
até a puberdade, onde o foco deixa de ser o próprio corpo e passa a ser as
atividades externas. Fase genital, do inicio da puberdade em diante, onde se
desenvolve a sexualidade.
Educação e desejo
Freud buscou transmitir aos pais e educadores a teoria
psicanalítica, imaginando que estes, de posse desse conhecimento, pudessem
evitar que as neuroses se instalassem em seus filhos e alunos.
Freud propõe uma pedagogia que atinja a realidade do desejo. Em
seu texto “Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental” (1911)
afirma que a educação estimula o prazer e a substituição deste pelo principio
de realidade.
No texto “O mecanismo do prazer e a psicogênese dos chistes” (1905),
Freud diz que uma criança adquirindo o vocabulário da sua língua materna, obtém
prazer. Ela reúne as palavras sem se preocupar se faz sentido ou não. Porem,
logo este prazer lhe é proibido, para que as combinações de palavras tenham
significado. O poder de critica irá aumentando e o prazer da liberdade de
pensar, vai sendo privado.
Segundo a revista Educação Edição especial nº1 (2012), Freud
também afirma que se a curiosidade da criança for satisfeita conforme sua etapa
de aprendizagem, não atingirá uma intensidade exagerada.
Fase Oral
Das cinco fases da organização primitiva nomeada por Freud, a
primeira fase é a oral, que acontece do nascimento até por volta dos dois anos.
A criança, ainda na fase fetal, desenvolve o instinto da
sucção e conforme a maneira como o lactente é alimentado, a zona erógena da boca
domina e o objeto libidinal é o seio materno. Em um segundo momento surge à
atividade do morder, nomeado de estagio oral-sádico e traz o fenômeno da
ambivalência, onde os atos de morder, mastigar ou cuspir predominam, com o
intuito de destruir o objeto devido à ambivalência instintual entre a libido e
a agressividade, em relação ao mesmo objeto.
A mordida
é uma das primeiras formas de relacionamento, seja pela disputa de objetos ou
pela atenção. A passagem da fase acontece de forma gradativa, quando a criança
sai do egocentrismo e começa a descobrir o prazer de brincar com o outro,
quando se inicia o processo efetivo de socialização e conforme as crianças
crescem, elas aprendem a controlar suas emoções e se expressar através da fala,
deixando a mordida de lado.
Em seu texto “Três ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” (1905),
Freud afirma que durante a fase oral, amar e comer são uma só coisa. Ou seja, o
domínio erótico de um objeto coincide com a destruição do objeto. Este objeto
desejado é assimilado pela ingestão e aniquilado como tal.
Afirma que:
“A necessidade fisiológica de chupar surge logo nas
primeiras horas de vida; mas, saciado, o bebê continua durante o sono da sua
digestão a sugar os lábios, enquanto que o seu aspecto exterior, repousado e
beatífico, traduz voluptuosidade. O prazer de sucção é independente das
necessidades alimentares e constitui um prazer auto erótico. É o tipo do prazer
narcisista primário, de autoerotismo original, não tendo ainda o sujeito a
noção de um mundo exterior diferenciado dele. Se a ocasião lhe for dada,
passivamente, de satisfazer esse prazer, a criança prende-se a esse objeto
ocasional; o seio ou a mamadeira com que ela gosta de chupar sem fazer o
esforço de aspiração e de deglutição.”
A gratificação
ou privação oral em excesso podem resultar em fixações libidinais, que
contribuem para os traços patológicos, afirma a Revista Educação Especial nº 1
(2012). E esses traços podem incluir excessivo otimismo, narcisismo, pessimismo
(visto com frequência nos estados depressivos) e o hábito de reclamar. Além de
poder acarretar em neuroses futuras, como por exemplo, transtorno
alimentares e/ou problemas de linguagem e fala.
O êxito
na resolução da fase oral proporciona uma base na estrutura do caráter para a
capacidade de dar e receber sem excessiva dependência ou inveja; uma capacidade
de confiar nos outros com um sentimento de segurança e com sentimentos de
confiança e segurança próprios.
A relação de objeto é organizada em torno da nutrição e por fantasias que adquirem os significados de comer e ser comido (canibalismo).
Uma estrutura de caráter oral caracteriza-se por manifestações de
ganancia, dependência, intolerância, agitação e curiosidade.
As
crianças na idade oral ainda não verbalizam com fluência e a linguagem do corpo
acaba sendo mais eficaz. Nesta fase ela é egocêntrica, o que significa que
imagina que o mundo funciona e existe por causa dela.
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