quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

SIGMUND FREUD E A FASE ORAL

SIGMUND FREUD E A FASE ORAL

 

Freud indicou 5 fases do desenvolvimento da criança: A fase oral do nascimento até os dois anos, onde a boca é a zona de prazer e afeição. A fase anal que acontece entre os dois e três anos de idade e o prazer passa a ser a realização da própria produção (fezes). A fase fálica entre os quatro e seis anos, com a fixação ao órgão genital. Período de latência dos sete anos até a puberdade, onde o foco deixa de ser o próprio corpo e passa a ser as atividades externas. Fase genital, do inicio da puberdade em diante, onde se desenvolve a sexualidade.

 

 Educação e desejo


Freud buscou transmitir aos pais e educadores a teoria psicanalítica, imaginando que estes, de posse desse conhecimento, pudessem evitar que as neuroses se instalassem em seus filhos e alunos.

Freud propõe uma pedagogia que atinja a realidade do desejo. Em seu texto “Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental” (1911) afirma que a educação estimula o prazer e a substituição deste pelo principio de realidade.

No texto “O mecanismo do prazer e a psicogênese dos chistes” (1905), Freud diz que uma criança adquirindo o vocabulário da sua língua materna, obtém prazer. Ela reúne as palavras sem se preocupar se faz sentido ou não. Porem, logo este prazer lhe é proibido, para que as combinações de palavras tenham significado. O poder de critica irá aumentando e o prazer da liberdade de pensar, vai sendo privado.

Segundo a revista Educação Edição especial nº1 (2012), Freud também afirma que se a curiosidade da criança for satisfeita conforme sua etapa de aprendizagem, não atingirá uma intensidade exagerada.

 


Fase Oral


Das cinco fases da organização primitiva nomeada por Freud, a primeira fase é a oral, que acontece do nascimento até por volta dos dois anos. A criança, ainda na fase fetal, desenvolve o instinto da sucção e conforme a maneira como o lactente é alimentado, a zona erógena da boca domina e o objeto libidinal é o seio materno. Em um segundo momento surge à atividade do morder, nomeado de estagio oral-sádico e traz o fenômeno da ambivalência, onde os atos de morder, mastigar ou cuspir predominam, com o intuito de destruir o objeto devido à ambivalência instintual entre a libido e a agressividade, em relação ao mesmo objeto.

A mordida é uma das primeiras formas de relacionamento, seja pela disputa de objetos ou pela atenção. A passagem da fase acontece de forma gradativa, quando a criança sai do egocentrismo e começa a descobrir o prazer de brincar com o outro, quando se inicia o processo efetivo de socialização e conforme as crianças crescem, elas aprendem a controlar suas emoções e se expressar através da fala, deixando a mordida de lado.

Em seu texto “Três ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” (1905), Freud afirma que durante a fase oral, amar e comer são uma só coisa. Ou seja, o domínio erótico de um objeto coincide com a destruição do objeto. Este objeto desejado é assimilado pela ingestão e aniquilado como tal.

Afirma que:

“A necessidade fisiológica de chupar surge logo nas primeiras horas de vida; mas, saciado, o bebê continua durante o sono da sua digestão a sugar os lábios, enquanto que o seu aspecto exterior, repousado e beatífico, traduz voluptuosidade. O prazer de sucção é independente das necessidades alimentares e constitui um prazer auto erótico. É o tipo do prazer narcisista primário, de autoerotismo original, não tendo ainda o sujeito a noção de um mundo exterior diferenciado dele. Se a ocasião lhe for dada, passivamente, de satisfazer esse prazer, a criança prende-se a esse objeto ocasional; o seio ou a mamadeira com que ela gosta de chupar sem fazer o esforço de aspiração e de deglutição.”

A gratificação ou privação oral em excesso podem resultar em fixações libidinais, que contribuem para os traços patológicos, afirma a Revista Educação Especial nº 1 (2012). E esses traços podem incluir excessivo otimismo, narcisismo, pessimismo (visto com frequência nos estados depressivos) e o hábito de reclamar. Além de poder acarretar em neuroses futuras, como por exemplo, transtorno alimentares e/ou problemas de linguagem e fala.

O êxito na resolução da fase oral proporciona uma base na estrutura do caráter para a capacidade de dar e receber sem excessiva dependência ou inveja; uma capacidade de confiar nos outros com um sentimento de segurança e com sentimentos de confiança e segurança próprios.

A relação de objeto é organizada em torno da nutrição e por fantasias que adquirem os significados de comer e ser comido (canibalismo).

Uma estrutura de caráter oral caracteriza-se por manifestações de ganancia, dependência, intolerância, agitação e curiosidade.

As crianças na idade oral ainda não verbalizam com fluência e a linguagem do corpo acaba sendo mais eficaz. Nesta fase ela é egocêntrica, o que significa que imagina que o mundo funciona e existe por causa dela.

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