quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Creche ideal?


Ideal de creche


            As creches são instituições destinadas ao apoio pedagógico para  crianças de zero a três anos de idade.

A instituição deve ter uma ação pedagógica voltada aos interesses e necessidades das crianças. Capacitar a criança, para que tenha acesso ao conhecimento, habilidade, para viver em uma sociedade desigual e competitiva como a nossa.

Deve ser um lugar onde a criança possa desenvolver operações mentais, expandir a sensibilidade e criatividade, desenvolver habilidades psicomotoras, ampliar o vocabulário e o relacionamento social. A brincadeira ajuda tanto na sua constituição psíquica como no seu processo de desenvolvimento, de aprendizagem e de socialização, segundo a Associação Brasileira de psicopedagogia (2012).

É importante verificar se a creche possui um numero satisfatório de crianças por funcionário. Se a equipe se dedica a interagir e conversar com cada criança em particular.

            Também é interessante, os responsáveis fazerem visitas surpresas na instituição para se certificarem que a proposta de conduta pedagógica esteja sendo praticada.

            De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2012), do ano 2000 até o ano de 2012 o aumento de matriculas em creche cresceu 150%. Em 2010 23,6% das crianças (mais de dois milhões) até três anos de idade estavam matriculadas. Estes dados coincidem com o aumento das mulheres no mercado de trabalho, que também aumentou significativamente na ultima década.

            O Instituto Patrícia Galvão (2012) realizou entre janeiro e fevereiro de 2012 uma pesquisa sobre como a população brasileira entende a importância e a qualidade das creches. Na região sudeste 57% dos entrevistados acreditam que a responsabilidade pelo cuidado das crianças é dos órgãos públicos. Nas regiões sul 69% considera a responsabilidade das famílias.

            O Brasil necessita aumentar o numero de creches urgentemente, para acompanhar todo esse crescimento, porém é importante que além do aumento das vagas, seja prezada a qualidade das instituições.

            A creche ideal é aquela onde o funcionário esteja preparado para manter um relacionamento de atenção com a criança e que a estimule adequadamente.

Uma das tarefas mais importantes do psicopedagogo que atua em creche é com a formação dos educadores de creches, investigando e analisando para colocar em pratica novas propostas que os habilite a estabelecer relações mais maduras e conscientes com as crianças e com a equipe escolar.

Segundo a Associação brasileira de psicopedagogia (2012), na educação infantil a psicopedagogia contribui com a prevenção de futuros problemas de aprendizagem. Oferecendo parâmetros do desenvolvimento infantil e do processo de organização psíquica. Apontando direções para o planejamento de atividades a serem realizadas com as crianças, assim como sinalizar eventuais dificuldades que as crianças dessa faixa etária podem apresentar.

Há 10 princípios que a creche deve se orientar:

Princípio 1 – envolver as crianças nas coisas que lhes dizem respeito. A criança e o adulto devem estar totalmente presentes e envolvidos numa mesma tarefa.  

Princípio 2 – Investir em tempos de qualidade procurando-se estar completamente disponível para as crianças. O tempo de qualidade constrói-se numa rotina diária. O educador deve estar totalmente presente, atento ao que esta acontecendo e valorizando o tempo que está junto da criança.

Princípio 3 – aprender a não subestimar as formas de comunicação únicas de cada criança e ensinar-lhe as suas. Durante a interação, o educador deve articular atos com palavras.

Princípio 4 – Investir tempo e energia para construir uma pessoa completa. Deve-se trabalhar simultaneamente o desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo. São o cotidiano, as relações, as experiências, as trocas  de fraldas, as refeições, o treino do controle dos esfíncteres, os jogos  que contribuem para o desenvolvimento intelectual. Estas mesmas experiências ajudam a criança a crescer física, social e emocionalmente.

Princípio 5 – Respeitar as crianças enquanto pessoas de valor e ajudá-las a reconhecer e a lidar com os seus sentimentos. O educador deve respeitar a criança, respeitando seus sentimentos criança e o direito de ela os expressar. Deve dar apoio sem exagerar e estar disponível.

Princípio 6 - Ser verdadeiro nos nossos sentimentos relativamente às crianças. O educador deve verbalizar os seus sentimentos e ligá-los claramente com a situação e impedir a criança de continuar a fazer o que provocou esses sentimentos.

Princípio 7 – Modelar os comportamentos que se pretende ensinar. O educador deve funcionar como modelo de comportamentos aceitável tanto para crianças como para adultos dando exemplos de cooperação, respeito, autenticidade e comunicação. Quando a situação envolve agressividade, o educador deve modelar com gentileza o comportamento que pretende ensinar: o agressor necessita de ser controlado com gentileza – não se deve julgar. A vítima necessita de ser tratada com empatia (compreender a sua perturbação) – simpatia e grande quantidade de atenção podem recompensar as vítimas.

Princípio 8 – Reconhecer os problemas como oportunidades de aprendizagem e deixar as crianças tentarem resolver as suas próprias dificuldades. O educador deve deixar os bebês e as crianças lidarem com os seus problemas na medida das suas possibilidades – deve dar tempo e liberdade para resolver problemas.

Principio 9 – Construir segurança ensinando a confiança. Para que a criança aprenda a confiar, deverá contar com adultos confiáveis. Necessita saber que as suas necessidades serão satisfeitas dentro de um período de tempo razoável.

Princípio 10 – Procurar promover a qualidade do desenvolvimento em cada fase etária, mas não apressar a criança para atingir níveis que não esteja preparada. O desenvolvimento não pode ser apressado. Cada criança tem um relógio interno que determina o momento de gatinhar, sentar, andar, falar. É mais importante aperfeiçoar competências do que desenvolver novas competências. As novas competências surgirão naturalmente quando a criança já praticou suficientemente as antigas

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